Hoje o post é de utilidade pública, porque finalmente vamos saber um pouquinho mais sobre os tecidos, pra não ficar na dúvida na hora de comprar material pra costureira fazer aquela peça bapho que você tava desejando.
Quero deixar claro aqui que não sou tão a favor de que a gente mesmo compre tecidos pra levar à costureira, desaconselho, pelo que passei a minha vida escutando de titia: a cliente não sabe a metragem pra uma peça, a vendedora manda pouco tecido, e quando chega na costureira quer que ela faça milagre com um pedacinho de pano.O ideal é deixar que ela compre, porque só ela sabe o que fazer, como fazer, e quanto ela precisa pra fazer, né mesmo? A César o que é de César, só compre se você tiver conhecimento da metragem correta pra determinada peça. Caso contrário, deixe isso pra própria criadora da peça, tá?
Mas, vamos lá, esse post é pra ensinar um pouquinho sobre os tecidos, e para tanto, separei alguns que tenho aqui em casa pra mostrar pra vocês.
Renda sintética: A renda é aquele tecido vazadinho, que tá na boca do povo ultimamente. A sintética não tem, ou tem pouquíssimo – algodão na sua composição. Seu toque é seco, e ela às vezes tem um pouco de brilho. Culpa da linha com a qual é tecida. É a mais comum.
Renda de algodão: como não poderia deixar de ser, a onda de utilização de matérias- primas naturais também contaminou a confecção de tecidos, e tem sido muito freqüente a venda de rendas 100% algodão, o que eu acho muito mais bonito que a renda mista, já que a peça fica com jeito de regional, e fosca.
Viscose: A viscose é um tecido fabricado à base de celulose regenerada. Macia, absorvente e de bom caimento. A gente pode ver a viscose em vestidos longos, saias longas, shorts, saídas de praia, camisas...é um tecido muito versátil!
Popeline: a popeline é um tecido feito com algodão, com fio mais grosso e, portanto, com o toque um pouco mais áspero que a tricoline.
Tricoline: Confeccionada com fio 40x40, e, por isso, tem o toque mais delicado que o da popeline, apesar de seu aspecto ser bem semelhante ao do tecido anterior.
Cetim: o cetim é assim chamado por ser uma homenagem a Zaitum, região da China de onde o tecido se origina. É brilhante, de seda, com trama fechada, parece catarro em parede. O segredo na compra do cetim é identificar o cetim bom, do ruim. O fosco – e com stretch – é o mais delicado, mais bonito, e mais caro. Portanto, amiga, se você quiser usar uma regatinha de seda ou cetim, compre um cetim bom, pra não ficar parecendo que rasgou as vestes do palhaço Facilita e fez uma “regatxeeenha-tendência”.
New Spam: Sabe aquele blazer chique, de corte bacana, sem ser grosseiro ( por grosseiro entenda-se terno com jeito de recepcionista de clínica de exame de fezes, nada contra elas, e sim contra o uniforme)? É o new spam, perfeito para peças em alfaiataria, já que segura a modelagem de peças do tipo. E o preço é muito bom.
Sarja: a sarja é um tecido trançado de fio penteado. Popularizada pela utilização em fardamento militar, passou a ser usada para confeccionar vestidos, calças flared, ternos, só que com fibra mais leve. Gosto de uma variação da sarja, a sarja acetinada, que tem um toque macio, parecido com o de uma carmurça.
Seda natural: fibra que compõe o casulo que cobre o bicho-da-seda. Fluida, toque macio, caimento perfeito, mas é cara, muito cara.
Seda mista: A seda mista é infinitamente mais barata que a seda, justamente por ser mista(acetato+viscose), bem sintética, toque seco, e um pouco mais durinha, o caimento de certas peças pode ficar comprometido, dependendo da seda mista comprada. Algumas pessoas a conhecem por “toque de seda”, mas o correto é “seda mista”.
Viscolycra: Como boa palavra composta por aglutinação, a viscolycra é a junção da viscose com a lycra, certo? Errado, a viscolycra nada mais é que a fusão da fibra de elastano com o fio da viscose, formando aquele tecido fluido, elástico, geladinho, gostoso de usar...e que pede um corpo em forma quando a peça é ajustada, já que denuncia todas as nossas celulites e gordurinhas localizadas. Prefiro para peças amplas, como saias longas, vestidos que não marquem o corpo, cozy, coisas assim. A melhor viscolycra é a que não cria bolinhas, e é chamada de viscolycra “fio torcido”.
Liganete: A liganete lembra muito a viscolycra, não fosse ele mais fininho, com mais caimento, e com toque mais seco. A diferença no toque é marcante, a gente identifica logo a liganete da vyscolicra.
Piquet: o piquet parece um brim, só que tem uns losanguinhos em alto relevo. A gente costuma ver em peças de criança, mas recentemente a Dress To confeccionou vários vestidos em Piquet. Fica bonito, dependendo da espessura do Piquet.
Chamois: é feito com qualquer matéria-prima, acabada em flanelagem. Parece um veludo, camurça só que fininho, fluido. Dá pra usar no calorzão, pois é fino.
Malha flamê: que não se lembra das camisetas e regatas “podrinhas”? O tecido não parecia um “arranhado” “amarrotado”? Aquela é a malha flamê.
Linho: tecido rústico, de fibra vegetal surgida do talo do linho. Os de melhor caimento são 100% algodão.
Chiffon: Tecido levíssimo e fino, produzido de fios muito torcidos. É feito de seda, lã ou fibras sintéticas. Fica lindo pra peças fuidas, saias esvoaçantes, pantalonas...
Voil de algodão: Tecido leve, transparente feito com algodão de fibra longa. Adoro voil de algodão pra vestidos, e camisas, porque esse tecido tem um frescor incrível.
Tafetá: Feito de seda ou poliéster, era utilizado antigamente para forro, e agora foi pra o lado de fora das peças, sendo utilizado para fazer vestidos de festa e afins. O primo-irmão do tafetá é o xantungue, mais grossinho e utilizado para peças mais estruturadas.
Laise: tecido leve de algodão, com aplicação de bordados. Originário da França.
Lycra®: fibra sintética inventada pela Du Pont, pertence à classificação genérica elastano das fibras sintéticas (conhecida como Spandex nos E.U.A. e Canadá) sendo descrito em termos químicos como um poliuretano segmentado. Sua notáveis propriedades de alongamento e recuperação enobrece tecidos, adicionando novas dimensões de caimento, conforto e contorno das roupas. Pode ser esticado quatro a sete vezes seu comprimento, retornando instantaneamente ao seu comprimento original quando sua tensão é relaxada. Resistente ao sol e água salgada, e retém sua característica flexível no uso e ao passar do tempo.
Um tecido jamais é feito de 100% lycra, ele é usado em pequenas quantidades, sendo sempre combinado com outra fibra, natural ou sintética. A fim de preservar as qualidades e características da fibra principal, a lycra é revestida pela mesma, assim qualquer que seja a mistura, o tecido concebido com a lycra irá sempre conservar a aparência e toque da fibra principal.
Tafetá: nome usado para tipo de ligamento ou tecido:
1) Ligamento: também conhecido como desenho ou ligamento "Tela", é o ligamento de construção mais simples existente e, por conseqüência a que utiliza menos quadros e a que utiliza os teares mais simples. O fio de trama, nesta construção, cruza-se com o urdume, um fio por cima e um fio por baixo, sucessivamente. No retorno o fio de urdume que estava por cima passa a ficar por baixo e vice-versa. Se os fios tiverem espessura adequada e estiverem próximos entre si, o tecido será firme e terá características para vestuário. Com certeza foi o primeiro desenho utilizado no mundo, e por ser o mais simples é o ponto de partida na criação de qualquer tecido. (Na língua persa "Taftah" significava tecer).
2) Tecido: tecidos lustrosos e armados, de seda ou poliéster, de trama finíssima, superfície lisa, textura regular e leve nervura no sentido da trama, utilizados principalmente para forro. É um dos mais antigos tecidos conhecidos pelo homem sendo feito originalmente em seda,. Na língua persa, a palavra entrelaçar ou tecer, se dizia "Taften" e depois "Taftah". Esta terra, juntamente com a China, é considerada um dos berços da seda e dos tecidos. Depois este nome se transformou em cada época e em cada língua.
Por Rose Freitas.
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