sexta-feira, 11 de maio de 2012

Sexo, drogas e rave

São essas três palavras que definem o filme nacional Paraísos Artificiais, produção do diretor de Estamira, Marcos Prado. Rodado na Holanda, em Pernambuco e no Rio de Janeiro, a narrativa conta as experiências de 3 jovens vividos por Nathalia Dill, Luca Bianchi e Lívia de Bueno. Tudo começa numa rave em uma praia nordestina, quando os jovens se encontram e a partir daí a história se inicia. As mais loucas e fortes coincidências acontecem e deixam Erica e Nando juntos. Até aí você pode pensar que é um filme apenas sobre uma história de amor. Mas Paraísos Artificiais vai bem mais além disso. Ele é realista ao mostrar o consumo de drogas sintéticas nas festas rave, como ela afeta os que consumem demais e como ela dá o barato total. No entanto, o filme não segue a linha do "lição de moral". Ele apenas ilustra como os "doces" entraram de vez na vida de alguns jovens e como eles se destroem e morrem por causa da viagem que a droga causa.


Mas o que me chamou mais a atenção na película foi o trabalho de Nathalia Dill. Ela surpreende ao sair da linha mais certinha ao interpretar Erica, uma DJ que tem suas "viagens", um caso amoroso com a melhor amiga e ainda engravida numa noitada regada a sintética "gota". Isso sem falar nas cenas de sexo protagonizadas por ela, que ao meu ver, não foram gratuitas, mal feitas ou grossas. Com uma boa mão, o diretor soube dosar e deixar as cenas com qualidade, o que deixou os atores livres para sentir e vivenciar o que estava escrito no roteiro. Detalhe disso tudo é que o público natalense ainda não tem maturidade suficiente para ver tais cenas. Muitas pessoas na sala de cinema davam risadas e tratavam o filme como um Cine Privè da Band. Uma pena.

A revelação fica com os irmãos Nando e Lipe, que mostraram com boa interpretação todos os dilemas e dificuldades enfrentados por uma família que foi devastada pelas drogas. Nando é preso ao chegar da Holanda no Brasil por tráfico de drogas. E quando ele cumpre a pena e chega em casa, descobre que o irmão está andando com a mesma turminha de traficantes que ele andava e ainda por cima, Lipe está consumindo a droga. Essa é apenas uma das várias linhas que se entrelaçam para desenvolver toda a trama de Paraísos.



E ainda tem a trilha sonora. Ah, a trilha... muito boa, refletindo as pirações dos efeitos das drogas, caindo bem como música de fundo e fazendo com que os espectadores batessem os pés ao som do ritmo eletrônico.

Paraísos Artificiais é ótima produção nacional. Bem dirigido, com bom elenco e boa trilha sonora, ele consegue falar sobre as drogas sem ser moralista, falar de sexo sem ser hipócrita e ainda nos dar uma boa narrativa recheada com belas imagens.

Por Sandra Martins.



Um comentário:

  1. Eu só acho que a história poderia ter se aprofundado mais nos laços familiares. Recomeço de uma família ainda esfacelada pela morte do pai, prisão do irmão mais velho e do mais novo virando traficante.

    ResponderExcluir