Junte Meryl Streep, Margaret Thatcher, um belo trabalho de figurino e maquiagem. No que poderia dar? No belo filme A Dama de Ferro, que retrata a vida da única mulher que ocupou o cargo de Primeiro Ministro da Grã Bretanha. Não se preocupe porque o filme não é nacionalista, ao estilo daqueles americanos. Ele apenas conta como a ex- Primeira Ministra passou seus dias e como ela chegou ao poder, passando por várias dificuldades, falta de credibilidade por parte das pessoas e preconceito por ser filha de um dono de mercadinho.
Com isso, você tem todos os elementos pra se fazer uma biografia melodramática. Mas o filme passa longe de ser um desse estilo. Ele mistura cenas reais com as de ficção e dá um diferencial à película. A grande sacada foi intercalar as cenas atuais com as cenas de passado, causando um fechamento perfeito para a trama, de forma que não cansa quem está assistindo. E se você gosta de história ou Geografia Política, vai ter um prato cheio e de qualidade. O filme mostra todos os conflitos políticos da época, desde a Guerra das Malvinas até a queda do muro de Berlim. Sem falar nos atentados terroristas do IRA.
Deixando os fatos históricos de lado, o filme vale pela atuação primorosa de Meryl Streep, que é uma séria candidata ao Oscar desse ano. Outros pontos favoráveis são a maquiagem, que incrivelmente deixou a atriz parecidíssima com a Margaret. Um trabalho de alta qualidade, tal qual aquele que foi feito com Leonardo Di Caprio em J.Edgar. Streep fez uma Dama de Ferro sem clichês, forte, determinada, ligada à família, de pulso forte e precursora. Uma das cenas mais interessantes do filme são os diálogos que ela tem com o marido, já com a idade avançada. Outras que podem ser citadas são a posse do poder, a primeira eleição ganha e o preconceito com o qual ela era tratada. Primeiro, pode ser a filha do homem do mercadinho e segundo, por ser mulher com uma mentalidade acima da apatia dos homens que estavam no poder.
Destaque também para o ator que faz Denis, esposo da Bossy, Jim Broadbent. Ele fez um esposo que trazia Margaret para o mundo, sempre puxando ela para a realidade fora da burocracia britânica. Ele era aquela pessoa que a fazia sorrir e esquecer um pouco da atribulada agenda política.
A Dama de Ferro também se encaixa na linha de A Rainha. O que é levado à telona não é o governo forte das duas mulheres e sim, como elas eram além desse poder. Todo o humano que as envolvia e como elas lidavam com as pressões externas e o machismo que domina ainda hoje a política. O que nos é mostrado é a mulher Margaret, a esposa, a mãe e aquela que governou a Grã Bretanha com mão de ferro e sendo pioneira.
É uma grande pedida para o fim de carnaval e para o resto da semana. Um filme que realmente foi bem sucedido e que agrada aqueles que gostam de Meryl, que gostam de História e Geografia e aqueles que finalmente apreciam uma bela película.
Por Sandra Martins.
O casal do cinema e o da realidade.
Fonte: Google Images.
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